2016, o ano das Ligas?

Gustavo Lopes Pires de Souza – Diretor Regional do IBDD

Com o sucesso da Liga do Nordeste e com a criação da Liga Sul Minas Rio (oficialmente denominada Primeira Liga), a ideia de se formarem ligar voltou à tona com muita força.

Prevista no artigo 20 da Lei Pelé, os clubes podem criar ligas independentes, ou seja, sem filiação ou concordância da CBF. O único requisito legal é que haja comunicação à entidade que administra o futebol no Brasil.

A criação de ligas pelos clubes além de entregar aos personagens principais do espetáculo a sua realização, permite que se produza “produtos” para consumidores específicos que possam ser mais rentáveis aos clubes.

Nessa linha, este mês foi criada a Liga Paulista que conta com clubes do interior paulista, em sua maioria inativos, mas, que pretende viabilizar um calendário de maio a dezembro em transmissão em TV aberta.

A Liga paulista pode, ao mesmo tempo, incentivar as rivalidades entre as cidades do interior de São Paulo e fazer ressurgir clubes que estão fora das competições organizadas pela Federação Paulista de Futebol pelos mais variados motivos, como dívidas e não pagamento de taxas.

A ideia de se criar ligas com clubes menos expressivos, mas, com certa tradição pode chacoalhar o futebol brasileiro.

Imagine, por exemplo, uma Liga Fluminense ou Carioca de Futebol com clubes tradicionais do Grande Rio como América, Bangu, São Cristóvão, Olaria, Madureira, Bonsucesso, Nova Iguaçu, Portuguesa, Duque de Caxias e Tigres.

A Liga teria um custo baixo, eis que todos os deslocamentos se dariam de ônibus, ressurgiria a rivalidade entre clubes dos mais diversos bairros da capital e a TV poderia exibir jogos interessantes como América x Bangu.

Enfim, os próprios clubes poderiam criar uma competição para mante-los em atividade por todo o ano e vender esse “produto”.

No futuro, as grandes equipes poderiam até participar com equipes B ou de aspirantes.

Todo esse movimento pode fazer surgir “pequenas ligas” de clubes, mas, também, dependendo dos resultados, pode levar à criação de uma Liga Nacional de Clubes.

Importante lembrar que o Novo Basquete Brasil (NBB), a Liga que tem tido grande sucesso e que hoje é reconhecida pela FIBA como campeonato nacional do Brasil, teve seu embrião na Nossa Liga de Basquete (NLB) que começou suas atividades de forma independente e paralela ao campeonato nacional organizado pela CBB.

Portanto, as ligas podem se transformar em um vetor do desenvolvimento do futebol brasileiro como já ocorre na Europa e nos EUA de forma que os clubes possam desenvolver e organizar competições rentáveis e interessantes para o seu mercado consumidor.

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