Gustavo Lopes Pires de Souza
Desde 2007, quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014 e da Copa das Confederações de 2013, um assunto, sempre recorrente nas pautas jornalísticas, políticas e conversas de boteco, foi o legado destes eventos, ou seja, o que eles deixariam para o país e seus habitantes.
Inicialmente há de se destacar o empenho do Poder Público em melhorar a mobilidade urbana e a estrutura dos estádios (agora denominados arena). Vale destacar que o país passou por anos de estagnação em investimentos em infraestrutura e é possível que esta inércia permanecesse, caso não tivéssemos a Copa do Mundo.
Se houve ou não houve superfaturamento e corrupção, isto deve ser objeto de análise, investigação e punição dos órgãos competentes, mas, destaque-se que está havendo um esforço para melhora de vias públicas, aeroportos e estádios e isto ficará para sempre.
Outro legado importante diz respeito ao turismo. Barcelona de cidade portuária “abandonada” passou a ser o quinto destino turístico do Mundo. A Alemanha aqueceu o seu turismo pós Copa. Atualmente vemos cada vez mais menções de passeios à África do Sul. Enfim, o Brasil pode triplicar o número de visitantes em seus mais diversos centros turísticos como Rio, São Paulo, Serras Gaúchas, Foz do Iguaçu, Pantanal, Amazônia, Nordeste, Cidades históricas de Minas, dentre uma infinidade de outros.
Ademais, estes eventos podem auxiliar o crescimento do PIB com a geração de milhares de empregos diretos e indiretos, bem como aumentar a arrecadação fiscal, afinal de contas, em cada partida movimenta-se milhões de reais.
O Brasil ainda pôde contar com um legado inesperado que foi o renascimento de movimentos populares que, com todos seus erros e atos exacerbados (e até criminosos) serviu para mostrar aos governantes que aqui há uma nação cujo sangue pulsa nas veias.
De tudo isso, imprescindível destacar o legado do aprendizado que estamos tendo na organização dos grandes eventos e no respeito aos seus torcedores. A FIFA traz uma série de recomendações de segurança e conforto já utilizados na Europa e em outros grandes eventos como o s Jogos Olímpicos e que podem mudar definitivamente o paradigma do torcedor brasileiro. Tais recomendações são fruto de anos de estudo e experiência em grandes eventos.
Estive em alguns jogos da Copa das Confederações e, apesar de haver, ainda, muito o que ser feito, foi engrandecedor notar o respeito dos torcedores ao local de assento indicado nos bilhetes, adquirir produtos nos bares com cartão de crédito, circular nas imediações do estádio sentindo-se seguro, dentre outros.
A Copa das Confederações aproxima-se de seu fim, mas o que ganhamos com a sua realização ficará para sempre na prática e no coração de todo brasileiro.
Que venha a Copa do Mundo de 2014.