De novo a violência

Gustavo Lopes Pires de Souza

 

Novamente atos de violência dos torcedores permeiam os noticiários

esportivos. As cenas de violências protagonizadas nos clássicos de

Minas Gerais (Atlético e Cruzeiro) e São Paulo (São Paulo e

Corinthians).

 

 

Em Minas Gerais, no estádio independência, a torcida do Cruzeiro

arremessou objetos e até um fogo de artifício contra a torcida do

rival. Já no Morumbi, a torcida tricolor chegou às vias de fato com a

polícia.

 

 

Como sempre tem acontecido, após incidentes de violência nos estádios

de futebol o Poder Público promete medidas enérgicas e o Ministério

Público ameaça a existência das torcidas organizadas.

 

 

A sensação é de que o Poder Público busque dar uma resposta rápida à

sociedade sem preocupar-se com sua efetividade. Impedir bebidas

alcoólicas ou extinguir as torcidas organizadas não fará cessar a

violência nos estádios de futebol.

 

 

O Estatuto do Torcedor estabelece medidas prevendo proibição de se

freqüentar arenas esportivas e até mesmo prisão, mas ainda reina a

impunidade.

 

 

Ademais, as forças policiais não são treinadas adequadamente para

lidar em grandes eventos esportivos e acabam não tendo aptidão para

lidar com o tumulto e com a violência.

 

 

Além disso, apesar das arenas modernas e da melhora na

infraestrutura, o tratamento ao torcedor brasileiro ainda está muito

aquém do ideal.

 

 

A Justiça Desportiva que havia aplicado pena rigorosa ao Vasco e ao

Corinthians, após violência no Estádio Mané Garrincha, acabou

abrandando punições ao Cruzeiro (fogos na partida contra o Botafogo) e

ao ABC (violência e tumulto no Frasqueirão em partida contra o

Palmeiras).

 

 

A soma da impunidade (de torcedores e clubes), da falta de preparo dos

policiais e da precariedade das infraestrutura dos estádios (e do

tratamento aos torcedores) forma um perigoso coquetel que traz como

resultado a violência.

 

 

O fato é que as autoridades brasileiras não precisam “inventar a

roda”, basta adequarem medidas de sucesso utilizadas na Inglaterra,

Espanha, Itália e Estados Unidos para dizimar a violência do futebol

brasileiro.

 

 

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