Gustavo Lopes Pires de Souza
No último domingo, o Cruzeiro preparou uma grande festa após a partida contra o Bahia, no Mineirão, para comemorar o título brasileiro. Entretanto, a violência entre seus torcedores fez com que a festa fosse adiada. Desde então, tem-se falado muito sobre os incidentes de violência ocorridos.
Chama a atenção perceber que a extinção de torcidas organizadas tem sido apontada como principal solução, como se as torcidas organizadas, por si só, fossem causadoras de violência.
A própria diretoria do clube mineiro tem pedido de forma ostensiva a extinção das Torcidas Organizadas.
Destarte, extinguir as Organizadas não acabará com a violência e nem todas torcidas organizadas são violentas.
Percebe-se a necessidade de apontar um culpado sendo que, em nenhum momento, foram apontadas as falhas do Poder Público e dos Organizadores do evento.
Aliás, tratava-se de uma festa de uma instituição privada e, como tal, deveria haver segurança privada e não força pública de segurança.
Se ocorreu violência é porque há marginais dentre os torcedores e há a ineficiência do Poder Público em identificá-los e puni-los e dos organizadores na elaboração dos planos de ação exigido no Estatuto do Torcedor.
Não é necessário inventar a roda. Basta estudar as medidas adotadas na Espanha e na Inglaterra, especialmente o “Relatório Taylor” e adaptá-lo à realidade brasileira.
Extinguir as Torcidas Organizadas dará uma resposta a um anseio popular, mas não resolverá o problema, pois os mesmos torcedores voltarão a cometer atos violentos unindo-se em uma Barra (nome dado às torcidas organizadas não formais nos demais países da América Latina).
Portanto, a solução para a violência passa necessariamente por uma punição individualizada dos torcedores e de forma rápida e eficaz a fim de desestimular qualquer ato violento.