Gustavo Lopes Pires de Souza
Percebe-se que no Brasil escolhe-se, ao sabor do vento, vilões. Primeiro foi a bebida alcoólica. Retiraram a bebida alcoólica e a violência ficou. Depois as punições desportivas. Clubes foram condenados a jogar em outra localidade, mas a violência ficou. Agora, apesar da inconstitucionalidade, fala-se em extinguir todas as torcidas organizadas. Nesta improvável hipótese, a violência permaneceria.
Ora, é indispensável a realização de um estudo que busque atacar as causas do problema. “Report Taylor” acima citado apontou questões que até hoje não foram sequer aventadas no Brasil, como a humanização do torcedor com a melhora das condições dos estádios; a punição rápida e efetiva aos torcedores violentos; ou medidas didático pedagógicas.
Aliás, quase não há incentivo ou oportunidades para aprofundamento no direito desportivo. Não existem cursos de mestrado ou doutorado na área e há poucas especializações ou cadeiras da matéria nos cursos de direito.
Ou seja, resta a opção de buscar conhecimento no exterior. Entretanto, o programa “Brasil sem fronteiras” não abrange a área de humanas, restando aos interessados a busca do conhecimento com recursos próprios. Não obstante isso, a busca de conhecimento no exterior é desestimulada pelo MEC que cria uma série de dificuldades para o reconhecimento da titulação.
Urge destacar que a criação de Delegacias não resolve o problema da violência, basta observar que existem delegacias de homicídios, furtos, etc e a criminalidade permanece em curva acendente. O Poder Público brasileiro parece mais preocupado em apresentar uma resposta popular à sociedade do que em resolver o problema.
Infelizmente, diante de tudo, as perspectivas não são boas e corrermos o risco de, em 2.014, a violência no futebol continuar sendo um assunto recorrente nas páginas desportivas.