Amir Somoggi
A economia do esporte no Brasil, que representa quase 2% do PIB, dependerá muito do aumento de praticantes esportivos da nova classe média. A classe C precisa incorporar de forma regular a atividade física, já que 73% são sedentários.
As receitas da Indústria estão divididas em dois grandes grupos: o consumo da população para a prática esportiva e todo o impacto na cadeia produtiva do esporte. E as receitas com o esporte espetáculo, como direitos de TV, publicidade nas transmissões, patrocínio, licenciamento, sócios, gastos nos estádios/arenas e todas as outras receitas de times, federações e equipes profissionais.
Quase 70% das receitas do esporte no Brasil estão associadas às vendas de diferentes artigos e produtos esportivos no varejo. Nos EUA, maior mercado mundial esse valor é de 30%, graças à força do mercado de esporte espetáculo.
Para os próximos anos o mercado esportivo no Brasil precisará muito atrair praticantes de esporte da classe C e também das classes D/E.
Segundo dados do estudo do Lance! Um retrato do esporte no Brasil- apenas 29% dos brasileiros com mais de 16 anos praticam esporte regularmente. Esse índice sobe para 42% nas classes A/B. A classe C tem 27% de praticantes e as D/E 19%.
Assim, a classe C, mais de 103 milhões de brasileiros terá uma enorme importância nos próximos anos, para ampliar as receitas geradas com esporte no Brasil.
Segundo o estudo Índice de Potencial de Consumo- IPC Target, a classe C representa um gasto anual das famílias brasileiras de R$ 783 bilhões, somente ficando atrás dos gastos da Classe B.
Quando analisada a prática esportiva regular da população brasileira, item essencial para o fomento dos negócios no mercado esportivo fica claro que teremos que fazer um amplo trabalho para que a nossa classe C seja mais ativa na prática esportiva amadora, desde muito cedo.
Isso será determinante para que a Indústria Esporte no Brasil cresça, já que um contingente maior de praticantes, reflete diretamente no consumo de produtos e equipamentos, além de gastos em clubes, academias e treinamentos..
Assim, da mesma forma que a consolidação da Classe C foi fundamental para o desenvolvimento econômico do Brasil, será decisivo no fortalecimento do esporte como Indústria..
Além disso, como a classe C tem papel fundamental para influenciar o consumo das Classes D e E, a cultura de prática esportiva pode evoluir muito no Brasil, por conta desse processo.
Isso significará mais pessoas praticando esporte, o que resultará em um país mais saudável.
O desafio é fazer com que nossa classe média além de ir ao shopping ou viajar, também enxergue no esporte, uma atividade de entretenimento, como verificado nos consumidores brasileiros de alta renda.
Fonte: Lance Bizz