Todas as 12 cidades-sede da Copa do Mundo assinaram um compromisso para promover a Fan Fest, local para torcedores assistirem aos jogos, e quem não cumprir será acionado na Justiça, disse nesta quinta-feira o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil.
Por enquanto, apenas Recife se manifestou dizendo que não vai realizar o evento, porque não quer gastar dinheiro público. Os custos, estimados inicialmente em 20 milhões de reais, foram reduzidos para 11 milhões de reais, mas a cidade deseja que o setor privado faça investimentos, como aconteceu em outras sedes.
“Se (as autoridades do Recife) quiserem, nós podemos ajudá-los a entender o orçamento. Não vamos negociar, não há nada para ser negociado. O que podemos é ajudar sobre parceiros, sobre como gerar receitas”, afirmou Weil a jornalistas em Florianópolis, onde ocorreu um seminário com as 32 seleções do Mundial.
“Se Recife, o que eu não acredito, não realizar (a Fan Fest), há um contrato, e quando há um contrato, vamos ter que acionar o departamento jurídico”, completou.
O diretor de marketing disse que ainda não conversou com representantes do Recife, mas acredita em uma solução para mais um impasse envolvendo a Fifa e cidades-sedes da Copa, após problemas com atrasos nas obras de estádios. Segundo ele, duas cidades se candidataram a realizar o evento, caso a capital pernambucana desista – uma delas é João Pessoa.
A Fan Fest, local onde os torcedores podem assistir às partidas em telões e desfrutar de entretenimento, começou numa praça da Coreia do Sul, por acaso, em 2002, e foi implementada a partir da Copa da Alemanha-2006, levando um total de 24 milhões de pessoas a esses locais, de acordo com a Fifa, nos dois últimos Mundiais.
“Meu objetivo é ter nas 12 cidades (a Fan Fest) para darmos aos cidadãos oportunidade de comemorar, de estarem juntos. É realmente um lugar de celebração”, disse o dirigente da Fifa, explicando que o ambiente do estádio pode ser copiado no local, mas sem cobranças de ingressos.
Nestes locais, patrocinadores da Fifa normalmente investem para aparecerem em transmissões do mundo todo, e cada cidade escolhe o tipo de evento que quer – com mais atividades, ou menos, num catálogo proposto pela entidade que controla o futebol mundial.
Questionado sobre mudanças de locais da Fan Fest por causa de manifestações, Weil disse que cabe a cada cidade decidir pela localização do evento. São Paulo, por exemplo, deve realizá-lo no Vale do Anhangabaú, enquanto o Rio de Janeiro o fará na praia de Copacabana.
Caso manifestantes violentos ou com cartazes contra a Fifa tentem entrar nestes lugares, eles poderão ser impedidos.
“Temos uma regra para tudo. Não tão rígidas quanto no estádio, mas queremos que as pessoas estejam ali por um boa razão. Se tiver uma pessoa que não esteja por uma boa razão, se possível vamos impedir a entrada. Tem que agir, não tem jeito”, declarou o diretor de marketing da Fifa.
Fonte: Reuters