Depois de 39 dias, a Conmebol anunciou que puniu o Real Garcilaso pelos atos de racismo protagonizados pela torcida do time peruano contra o volante Tinga, na partida contra o Cruzeiro, em Huancayo, pela primeira rodada da Libertadores.Na ocasião, os torcedores emitiram sons de macaco quando o volante cruzeirense pegava na bola. A entidade máxima do futebol sul-americano aplicou uma multa de US$ 12 mil (o equivalente a R$ 28 mil) ao Real Garcilaso e o avisou que, caso os atos racistas se repitam, o estádio do clube será interditado.
A nota oficial foi publicada no site oficial da Conmebol, na tarde desta segunda-feira. A entidade declarou que tenta combater qualquer forma de discriminação racial. Tomando este fato como um marco, a Conmebol se comprometeu a aumentar a vigilância das partidas para denunciar e punir novamente os clubes e as torcidas que protagonizarem novos episódios de qualquer tipo de preconceito.
O caso gerou repercussão internacional.Diversas personalidades condenaram a atitude da torcida peruana. Os presidentes do Brasil, Dilma Roussef, e do Peru, Ollanta Humala, lamentaram o ocorrido. Tinga entrou no segundo tempo no lugar de Ricardo Goulart e logo começou a ouvir torcedores imitando macacos toda vez que tocava tocava na bola.
Tinga falou sobre o caso nesta segunda-feira, antes do anúncio da punição. Afirmou que não via a punição como o mais importante no caso, mas criticou aqueles que enxergam as manifestações racistas como simples provocações.
– Punição, para mim, não é o mais importante. Eu acredito que o que tem que ser feito nisso é passar, através da Conmebol, um recado. Para que isso não seja normal. Eu vi algumas coisas, do pessoal querendo dizer que era uma simples brincadeira. Não, isso não é uma simples brincadeira. Eu penso sobre o legado que vamos deixar para as crianças. O importante é eu ver, daqui a dez anos, que a situação melhorou. O time, os jogadores, não acho que eles devam ser punidos, até porque os jogadores não têm nada a ver.
Fonte: Globo Esporte