Durante simpósio promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil – seccional São Paulo (OAB/SP) – e a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (Aceesp), que discutiu “O Direito Desportivo e a Mídia Pré-Copa” , o secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Toninho Nascimento, defendeu na sexta-feira (25.04) uma maior profissionalização dos clubes de futebol brasileiros e a consequente modernização da gestão a partir da Copa do Mundo. Para ele, isso é fundamental para qualificar os campeonatos nacionais e aumentar a receita dos clubes, que ainda é pequena diante do potencial existente no Brasil.
O secretário citou um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que demonstra o tamanho do negócio futebol no Brasil – algo em torno de R$ 6,5 bilhões. “O negócio futebol no Brasil, cinco vezes campeão do mundo, representa cerca de 0,2% do PIB nacional, enquanto na Espanha, com apenas um título, equivale a 1,2%, conforme estudo da FGV. Se chegássemos ao percentual espanhol, atingiríamos R$ 35 bilhões”, calculou o secretário.
Essa melhoria na gestão defendida durante os debates foi apontada como um dos legados da Copa do Mundo para o futebol nacional. “As novas arenas não são o único ou principal legado que a Copa do Mundo vai deixar para o futebol nacional e os torcedores que frequentam os estádios. Mas é a partir delas que os clubes terão de se modernizar por completo. A Copa do Mundo tem data para acabar. O futebol, não. É preciso que se pense nisso”, avaliou o secretário.
Violência nos estádios
Com a participação de advogados, especialistas e jornalistas esportivos, o simpósio também debateu a violência nos estádios de futebol. O coronel Marcos Cabral Marinho, presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Paulista de Futebol de São Paulo, apontou o “plano de ação preventiva”, que deve ser desenvolvido entre todos os agentes responsáveis pela realização de uma partida de futebol, como fator fundamental para evitar cenas de violência nas arquibancadas e nos arredores dos estádios. “Futebol é emoção. E a ação preventiva é o grande segredo quando se envolve multidão e emoção”, avaliou.
Toninho Nascimento acrescentou a necessidade de se fazer cumprir o Estatuto do Torcedor para a punição dos responsáveis. “O que acontece nos estádios não é esportivo. É social e, sobretudo, criminal. E, para isso, não precisamos criar novas leis. Temos o Estatuto do Torcedor, que já prevê reclusão e afastamento do mau torcedor. Então tem que fazer cumprir a lei que já existe”, destacou o secretário.
Fonte: Ascom – Ministério do Esporte