Os dois bancos estatais brasileiros tomaram caminhos bastante distintos no esporte. Enquanto a Caixa abriu os cofres e colocou R$ 30 milhões na camisa do Corinthians, R$ 25 milhões na do Flamengo, entre vários outros patrocínios a clubes de futebol, o Banco do Brasil preferiu gastar consideravelmente menos com aportes a confederações – como os R$ 9,4 milhões que irá repassar ao handebol, modalidade que passa a ser patrocinada deste ano até 2016 – e uma novidade: um circuito de festivais que misturam música, entretenimento e esporte.
O BB recorreu à velha lógica do “menos é mais”. No ano passado, gastou parte do orçamento de marketing com patrocínios, via Lei Rouanet, aos shows de cantoras estrangeiras como Madonna e Lady Gaga. Os espetáculos foram grandiosos, este não é o problema. O que os executivos do banco perceberam é que os shows, naturalmente mais caros, por serem estrelas internacionais, quando apoiados de maneira isolada, esporádica, não geram tanto resultado quanto esperado.
O público entra e sai e não vê um evento com a “cara” do BB.
É por esta razão que o Circuito Banco do Brasil, um festival que terá seis etapas, em seis capitais diferentes, terá a “cara” do BB. A começar pelo nome.
Red Hot Chilli Peppers, Jason Mraz, Stevie Wonder e Joss Stone, fora os brasileiros O Rappa, Os Paralamas do Sucesso, Nando Reis, Jota Quest, Titãs, Capital Inicial e Ivete Sangalo, vão tocar em Salvador (31/08), Belo Horizonte (02/10), Curitiba (12/10), Rio de Janeiro (09/11), Brasília (07/12) e São Paulo (14/12). A estimativa é receber, na somatória de todos os eventos, a serem realizados das 14h às 2h, 160 mil pessoas.
O Banco do Brasil, enquanto patrocinador máster, uma cota que lhe custou R$ 25 milhões neste ano, será a principal marca em cada uma dessas cidades. E terá liberdade para dar prioridade e descontos na compra de ingressos para clientes, criar promoções também com as entradas e ter lojas nos locais.
“Reduzimos o gasto, concentramos nossos recursos, para fazer mais com menos”, define Hayton Rocha, diretor de marketing e comunicação do BB, em entrevista ao NEGÓCIOS FC.
Mas, ei, cadê o esporte?
A proposta do circuito de festivais é fazer o que, no Brasil, somente os rodeios conseguem fazer com certo sucesso: unir entretenimento a esporte. Em cada um desses eventos, quem não estiver interessado em assistir ao show musical pode visitar a rampa de skate vertical que receberá os principais atletas brasileiros – que, por sinal, estão entre os melhores do mundo na modalidade.
A Copa Brasil de Skate Vertical, com etapas em cada um dos eventos, irá distribuir R$ 240 mil em prêmios aos skatistas que vencerem.
“Há 20 anos, uma das preocupações era rejuvenescer a marca do banco. Nós colamos nossa imagem no vôlei e, até hoje, somos um case mundial de interação entre marca e esporte. Queremos fazer o mesmo com o skate, hoje a segunda ou terceira modalidade mais praticada pelo jovem”, explica o diretor de marketing.
Outros elementos do esporte, como galerias com itens relacionados ao vôlei e simuladores de automobilismo inspirados em pilotos patrocinados, também serão colocados nos festivais.
O circuito foi idealizado pela Planmusic, produtora que se uniu à agência de marketing esportivo Traffic em 2010, e a ideia é que mais empresas sejam convencidas a patrociná-lo. Mas o Banco do Brasil, desta vez, diferentemente dos shows de Madonna e Lady Gaga, será o único protagonista.
Fonte: Época Negócios