A (necessária) profissionalização da arbitragem

 

Gustavo Lopes Pires de Souza – Diretor Regional do IBDD

O futebol movimenta bilhões de dólares anualmente. Alguns jogadores possuem salários milionários e se tornam celebridades. Centenas de profissionais entre comerciantes, jornalistas, empresários, publicitários, dentre outros vivem do futebol.

Entretanto, uma categoria essencial para o bom andamento dos jogos de futebol carece de profissionalização: a arbitragem.

Em um meio em que muitos profissionais conquistam a independência financeira, os árbitros tornam-se dependentes de escalas para sorteios e ao menor sinal de desagrado, são colocados na “geladeira”.

A dependência doa árbitros deve-se ao fato de que eles somente são remunerados pelas partidas que atuam, logo, caso sua decisão desagrade clube ou dirigente influente, poderão ficar sem escalas e, consequentemente, ter sua subsistência comprometida.

Além disso, enquanto os jogadores são pagos para treinar e possuem toda a estrutura dos clubes à sua disposição, os árbitros são responsáveis pelo seu preparo físico, médico e nutricional, bem como se veem impedidos de exercer outra profissão, ja que as escalas saem em cima da hora e eles ficam ausentes de sua cidade por 3 dias.

Assim, os árbitros de futebol, como os juízes nos Tribunais, precisam de independência e estabilidade.

Ato contínuo, enquanto os árbitros dependerem de escala para sorteio e correrem risco de “geladeira”, na dúvida, sempre, errarão em favor dos mais fortes e influentes.

Ora, os árbitros são imprescindíveis para o sucesso das competições, eis que qualquer dúvida quanto à sua imparcialidade afasta a torcida e patrocinadores.

Portanto, Federações devem conferir autonomia financeira aos árbitros garantindo um salário mensal fixo independente de escalas, bem como oferecendo-lhes toda estrutura de treinamento e tratamento médico. Ademais, deveriam possuir um contrato especial de trabalho semelhante ao dos atletas que permita-lhes atuar de forma tranquila e isenta de pressões.

 

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