O Bom Senso e a comissão de clubes da CBF se reuniram nesta quinta-feira e chegaram a um consenso sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, que deve ser votada na Câmara dos Deputados depois das eleições. Pelo entendimento entre as partes, a entidade máxima do futebol brasileiro deve pagar a conta de um órgão fiscalizador dos times de futebol, para controlar se as equipes estão em dias com salários e impostos. O custo deve ficar em R$ 3,5 milhões por ano.
A grande questão por parte dos atletas é que eles estavam achando o projeto frágil do ponto de vista de garantir o compromisso das diretorias em não criar novas dívidas após a aprovação do refinanciamento, mas, ao que tudo indica, o problema foi resolvido.
“A reunião foi ótima. Conseguimos aparar algumas das principais arestas que tínhamos e agora saímos com algumas lições de casa, de pensar melhor como vai funcionar esse órgão fiscalizador, mas temos um acordo de maneira geral. Ainda não sabemos quanto isso vai custar exatamente, mas a CBF deve custear isso”, afirmou Vilson Ribeiro de Andrade, presidente da comissão e do Coritiba, que estava representando a CBF na reunião.
“A gente quer que o órgão funcione de uma maneira independente, mas que ao mesmo tempo esteja sob o guarda-chuva da CBF. E chegamos nesse acordo. No órgão há pessoas voluntárias e também alguns remunerados. O custo inicial que a gente cotou é de R$ 3,5 milhões. Mas ainda vamos ver quanto vai sair. Vamos ainda repensar no modelo”, completou Ricardo Borges, diretor-executivo do Bom Senso.
Uma outra questão importante era o nível de fiscalização. O projeto atual prevê que os clubes tenham de apresentar suas Certidões Negativas de Débitos para participarem dos campeonatos, o que é considerado pouco pelo Bom Senso, que quer uma freqüência maior de comprovações. A diferença entre eles também foi resolvida.
“Eles concordaram que o controle estava pouco. O Vilson propôs que seja até uma fiscalização mensal, que eles mostrem todo mês que estão com salários e impostos em dia. Isso estava faltando pra gente”, acrescentou Borges.
Segundo ambos, daqui pra frente poderá ser mais fácil aprovar a medida, já que eles estarão do mesmo lado, brigando pela mesma coisa.
“Vamos terminar de fazer nossas lições. Ainda tem coisas que dependem do governo, especialmente nas questões mais técnicas do financiamento. Mas com certeza pode ser mais fácil agora que estamos do mesmo lado. Vamos terminar de elaborar o que combinamos aqui e então vamos saber se podemos aprovar antes das eleições. Queremos o mais rápido possível”, disse Vilson.
“Acho que foi muito por isso. Tiramos algumas coisas que estavam ruim na relação e agora vamos defender as coisas juntos. Isso pode nos ajudar a agilizar essa questão, aprovando quem sabe antes mesmo das eleições. Claro que depende da agenda do Congresso, mas é um passo importante”, finalizou Borges.
A reunião aconteceu na tarde desta quinta-feira, em São Paulo, e teve também a presença de representantes de Corinthians e Palmeiras.
Fonte: ESPN