Dirigente diz que doping no atletismo pode ter sido involuntário

Presidente da Comissão Nacional Antidoping da Confederação Brasileira de Atletismo, Thomaz Bastos acredita em contaminação na suplementação

escândalo de doping no atletismo, que flagrou Tyson GayAsafa Powell, Sherone Simpson e outros três atletas jamaicanos neste domingo segue ainda sem muitas respostas. Para o presidente da Comissão Nacional Antidoping da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Thomaz Mattos, o fato dos corredores terem sido pegos pelo uso do estimulante oxilofrina pode ser um indício de que houve contaminação na suplementação ou em algum remédio usado pelos velocistas, o que, se provado, caracteriza-se como doping involuntário.

– Interessante esta substância, que está na classe S6 das substâncias proibidas, estar em um conjunto de atletas ao mesmo tempo. Isso indica uma possibilidade de contaminação por suplementação ou remédio utilizados por eles. Pode acontecer na manipulação dos remédios. É uma tristeza para a comunidade do atletismo. São substâncias menos apropriadas para o ambiente de performance, mas, ao mesmo tempo, não deixam de ser estimulantes, que são banidos pela Agência Mundial Antidoping – afirmou Thomaz, durante o “Arena SporTV”.

De acordo com o dirigente, 90% dos casos de doping por oxilofrina são considerados involuntários, mas as punições podem variar de advertência para até dois anos de suspensão, caso os atletas não consigam provar que não tiveram a intenção de se beneficiar do uso do estimulante nas provas.

– Neste caso, é somente um estimulante. Não tem característica de ser agente mascarante. Entao é mais difícil você ter um doping específico nisso. Em 90% destes casos, é  considerado doping involuntário, por contaminação na suplementação ou algo do tipo. A punição para esse tipo de substância vai de advertência para até dois anos. Mas, para que consiga abrandar, tem que provar de forma bem fundamentada como ela entrou no corpo dele e que ela não foi utilizada para aumento de performance – explicou Thomaz Mattos.

Para o comentarista do SporTV Lauter Nogueira, a surpresa com este escândalo de doping é maior pela substância flagrada, que pode ser encontrada facilmente em farmácias.

– Um jornal da Jamaica considerou o dia de ontem como o dia da vergonha. Estão certos. Afinal de contas, Tyson Gay estava na Holanda quando ele publicou que tinha passado pelo processo de doping, tinha sido punido e aguardava a contraprova. Uma hora e meia depois, na Jamaica, estourou a segunda bomba, de proporções iguais ou piores, já que Asafa Powell, Sherone Simpson, e, muito provavelmente, Nesta Carter estavam neste grupo. O último escândalo que aconteceu no mundo foi com o surgimento do THG, que era uma coisa vinda de laboratórios de alta tecnologia. A substância que se pegou dessa vez é encontrada em prateleiras. Se você der uma volta no quarteirão, você encontra. Isso que é mais estranho e absurdo: encontrar este produto na prateleira de uma loja ou farmácia – concluiu.

 

Fonte: Sportv

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