A Fifa prepara alterações nas regras para transferências de jogadores de futebol. Há pelo menos dois pontos em discussão: o valor a ser recebido por intermediários (empresários) e o dos multas.
O comitê executivo da Fifa pode aprovar nesta semana um estudo mais aprofundado do tema. Por enquanto, departamentos da federação internacional já conversam com empresários e representantes de jogadores sobre essa questões para estabelecer um projeto da nova regulamentação.
Inicialmente, a entidade pretendia criar um teto para as comissões dos agentes, que seria de 3% do negócio ou de US$ 2 milhões. Mas empresários resistem a esse tipo de norma.
“Seria como regular o mercado de trabalho e dizer quanto um empregador pode pagar ao empregado. Não vai passar. Acho que o que deve acontecer é uma sugestão de que são 3% de comissão, como faz a OAB com advogados. Mas o clube é que decide”, afirmou o advogado Marcos Motta, envolvido nas discussões. Ainda não há data para sair uma legislação.
Outro ponto é que a Fifpro (sindicato mundial de jogadores) reivindica a redução da multa rescisória de contratos de jogadores, facilitando a troca de um clube pelo outro. A alegação é de que os valores atuais são abusivos. Mas, neste caso, há uma resistência maior ainda por parte de agentes e clubes.
“Essa é uma reivindicação antiga da Fifpro. Eles querem uma regra muito liberal em que, basicamente, o jogador vai embora quando quer. Assim, não dá. Não vai passar”, contou o advogado Eduardo Carlezzo, especialista em direito esportivo internacional.
Certo é que a Fifa vai ter que mexer no sistema atual. A preocupação é porque o mercado de transferências tem sido inflado de forma considerada mesmo sem uma melhora da situação financeira dos clubes. Os pagamentos por comissões também têm aumentado, afetando a economia do futebol.
Fonte: Uol