Gustavo Lopes Pires de Souza
Estreante na Copa Libertadores da América, o Tijuana do México, carinhosamente chamado por seus torcedores de xolos, passou a ser conhecido no Brasil após enfrentar (e vencer) Corinthians e Palmeiras, tendo eliminado os alviverdes da competição. Agora, a equipe mexicana tem pela frente outra equipe brasileira, o Atlético de Ronaldinho Gaúcho e companhia, equipe com melhor campanha e sensação do campeonato.
O Tijuana, fundado em 2007, teve uma ascensão meteórica ao conquistar o campeonato mexicano no ano de 2012. E, após seis anos de sua fundação a equipe disputa sua primeira Libertadores e já está entre os oito melhores. Este crescimento ocorre de maneira concomitante a um excelente trabalho de de fortalecimento da marca.
Sediado na cidade de mesmo nome, capital do estado mexicano da Baixa Califórnia, o clube possui cinco lojas oficiais com diversos produtos licenciados. Encontra-se desde a camisa oficial do clube até produtos mais baratos, como canetas, pen drive, adesivos, canecas e roupas de passeio.
Os “xolos” possuem, ainda, um programa de sócio-torcedor, chamado “Xolopass”, que concede aos associados benefícios como possibilidade de compra antecipada de ingressos para jogos.
Trata-se de mais um exemplo de resultado desportivo construído também nos bastidores por meio da captação de novos clientes (torcedores). Ora, o futebol é um negócio e fortes equipes dependem de recursos financeiros que são arrecadados por meio da venda de ingressos, cotas de TV, patrocinadores, produtos, etc e quanto maior o número de adeptos, mais venda, mais valorização, mais caixa e melhores equipes.
Destarte, como todo consumidor, o torcedor é um sujeito de direitos e deve tê-los respeitados, sobretudo levando-se em consideração o fato de que o futebol deve sua magnitude global justamente à imensa paixão despertada nas multidões.
E, conforme asseverado, o respeito aos Torcedores traz resultado financeiro e esportivo ao Clube, como se observa de iniciativas vencedoras de clubes europeus como o Barcelona e, notadamente os ingleses da “Premier League” e de clubes sul-americanos, especialmente o Internacional e de Porto Alegre. Todos, conhecidos mundialmente pelas conquistas.
O exemplo da “Premier League” mostra como um campeonato maculado pela violência dos torcedores e com seus clubes excluidos das competições internacionais pôde se tornar a liga de futebol mais valiosa do mundo ao tratar seus clientes (consumidores/torcedores) com respeito e excelência na prestação de serviços. Vale lembrar, inclusive, que a segunda divisão inglesa é transmitida para vários países do mundo, inclusive o Brasil.
Torcedores bem tratados e satisfeitos oportunizam Estádios e cofres cheios, pois, neste contexto, independente dos resultados esportivos, a venda de ingressos, de jogos pelo sistema “pay per view” e de produtos licenciados atingirão patamares elevados.
Percebe-se, assim, que os clubes brasileiros tem muito o que aprender com o a jovem equipe mexicana.