Justiça condena ex-presidente do Fla a devolver R$ 18,7 milhões ao clube

Uma decisão do desembargador Sidney Hartung, da 4ª Camâra Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, manteve a condenação que obriga o ex-presidente do Flamengo Edmundo dos Santos Silva a devolver R$ 18.771.671,73 aos cofres do clube rubro-negro.

Réu na ação impetrada pelo clube que comandou entre 1999 e 2001, Edmundo é acusado de não prestar conta de inúmeras negociações fechadas no período que esteve à frente do rubro-negro, como viagens feitas às custas do clube, contratações de jogadores e acordos de patrocínios. Na época, pela mesma falta de comprovação de gastos, ele sofreu impeachment – o único no clube em quase 118 anos de história – e deixou a presidência.

E mesmo diante de uma decisão milionária em segunda instância, despachada na última terça, o ex-presidente mantém a tranquilidade. Em contato com o UOL Esporte, ele confirmou que irá recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que seu advogado, Geraldo Magela, já lhe disse que não crê em uma condenação em última instância.

“Estou bem tranquilo. Esta decisão está completamente equivocada e já estamos preparando o recurso. A Justiça determinou que fosse feito uma perícia para calcular este valor. Nós concordamos, mas entendemos que isso deveria ser realizado por um perito e por um assistente técnico. E não foi isso que ocorreu. O perito calculou tudo sozinho. Está errado”, argumentou Santos Silva.

“E além da ausência das pessoas corretas para realizar a perícia, estou tranquilo porque não tirei nada do clube. Meu advogado e eu entendemos e temos confiança de que não vamos pagar nada no fim do processo. Tudo que foi recebido na minha gestão eu prestei conta. Estão todos os documentos lá na Gávea. Não tem nada escondido. E vamos provar isso. Eu prestei conta de tudo na época, mas um grupo de conselheiros e diretores, por motivação política, pediu outra averiguação. E está rolando isso até hoje. Mas todos os documentos estão lá na sede. Questionam, por exemplo, uma viagem a Maceió. Sabe quem comandou aquela excursão? O atual vice, Walter D’Agostino. Questionem ele também”, provocou Edmundo.

Mais R$ 500 mil para Justiça
A decisão do desembargador ainda previa o pagamento de custos e despesas processuais e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação – cerca de R$ 1,87 milhão. No entanto, no mesmo despacho, Sidney Hartung disse que “como o valor chega a quase R$ 2 milhões e se mostra excessivo, deve ser reduzido para o valor de R$ 500 mil”.

Como Edmundo e seus advogados entrarão com recurso para reverter a decisão nos próximos dias no STJ, uma decisão definitiva ainda está longe de ocorrer. O processo que já se arrasta desde 2005.

Procurado para comentar a decisão em segunda instância da Justiça do Rio de Janeiro, o vice-presidente jurídico do Flamengo, Flávio Willeman, não atendeu as ligações da reportagem.

 

Fonte: Uol

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