Neymar e Barcelona terão de apresentar todos os contratos que envolveram a transferência do atacante ao DIS, fundo de investimento que detinha 40% dos direitos econômicos do atacante quando houve o negócio, em maio do ano passado.
A determinação partiu da 23ª Vara Cível de São Paulo, que emitiu uma carta à Justiça espanhola para que ela notifique o jogador e o clube.
Após serem notificados, o atacante e a equipe catalã terão cinco dias para abrirem os contratos da negociação.
A decisão é resultado de uma ação movida pelo DIS desde junho do ano passado.
Bancado com dinheiro da rede de supermercados Sonda, o fundo diz ter direito de observar os contratos por ter sido um dos beneficiários da venda de Neymar.
O grupo ficou com € 6,8 milhões (R$ 22,2 milhões, na cotação atual) dos € 17,1 milhões (R$ 56 milhões) que foram pagos pelo Barcelona ao Santos pela transferência.
Agora, o DIS quer saber se tem direito a parte dos € 69,1 milhões (R$ 226 milhões) restantes do negócio, que incluem acordos com o clube brasileiro e comissões e adiantamentos à N&N, empresa do pai do jogador, Neymar da Silva.
O DIS reclama que o desconhecimento das negociações envolvendo o atacante causou prejuízos à empresa.
O fundo alega que não foi avisado pelo Santos das propostas que chegavam por Neymar e nem que o pai do jogador recebeu em novembro de 2011 € 10 milhões (R$ 32,7 milhões) do Barcelona.
O contrato do atacante com o DIS diz que Neymar era obrigado a comunicar em 48 horas qualquer proposta que recebesse.
Em 2009, o jogador vendeu ao Grupo Sonda os 40% dos direitos econômicos a que tinha direito por R$ 5 milhões.
O acordo previa que o fundo seria indenizado em R$ 10 milhões caso o atacante saísse do Santos de graça, quando terminasse seu contrato.
A assessoria de imprensa de Neymar afirmou que irá esperar a notificação para se pronunciar sobre o caso.
O presidente do DIS, José Barral, declarou em entrevista ao jornal espanhol “Marca” que um representante do Barcelona fez uma oferta de 6 milhões de euros (quase R$ 20 milhões, na cotação atual) para que eles não reclamassem mais dos valores da transferência de Neymar do Santos o Barcelona. Segundo ele, a oferta foi negada.
SANTOS
Enquanto o DIS conseguiu na Justiça o direito de ver os contratos da venda, o Santos prefere outra estratégia: quer evitar conflitos para poder averiguar se parte do dinheiro pago à N&N lhe pertence.
Anunciada anteontem, a proposta do presidente, Odílio Rodrigues, de acionar a Justiça tem perdido força.
O clube pediu ao pai de Neymar os acordos entre a empresa e o Barcelona e recebeu um não como resposta. O Santos ainda irá apelar ao time catalão. Caso receba outra negativa, aí sim pode buscar um amparo jurídico.
Segundo integrantes do estafe do jogador, o pai de Neymar já decidiu que não haverá acordo com o Santos e que só irá entregar a documentação solicitada se for obrigado por uma notificação judicial.
Fonte: Folha de São Paulo