Mundial de Clubes precisa ser repensado

Gustavo Lopes Pires de Souza

Desde 2005, de forma ininterrupta, a FIFA organiza o Mundial de Clubes reunindo os campeões continentais. Com exceção dos anos de 2005, 2006 e 2012, quando, respectivamente, São Paulo, Internacional e Corinthians levantaram a taca, a competição tem sido um verdadeiro passeio para os clubes europeus. Além disso, a competição tem sido marcada por partidas com nível técnico baixíssimo.

 

Por essas razões, a competição que poderia ser a verdadeira cereja no bolo das competições entre clubes acabou se tornando um torneio pouco atrativo e sem grande apelo na Europa.

 

O fato é que os clubes europeus participam da competição por obrigação e tem como sua principal disputa a Champions League. Vale dizer que qualquer torneio europeu de pré temporada traz partidas mais atrativas que o Mundial de clubes.

 

Vê-se algumas sugestões para trazer melhoras para a competição, como, por exemplo, realizá-la com 24 clubes a cada quatro anos, como na Copa do Mundo. Entretanto, com calendários apertados, deve-se buscar uma fórmula que não exija muitas datas.

 

Atualmente, a competição conta com 7 clubes (os campeões da UEFA, CONMEBOL, CONCACAF, OFC, AFC, CAF e do país sede) e os clubes da América do Sul e da Europa iniciam a competição na fase semifinal.

 

A competição tornaria-se mais atrativa com o aumento do número de equipes de maior índice técnico.

 

Para tanto, seria razoável aumentar o número de participantes de 7 para 12, com a inclusão do atual campeão, dos vice-campeões da CONMEBOL (Libertadores) e da UEFA (Champions) e dos campeões das Ligas Nacionais dos dois primeiros países no ranking da FIFA.

 

Essas equipes seriam divididas em 4 grupos de 3 clubes, com os campeões se enfrentando nas semifinais.

 

Os cabeça de chave seriam os campeões da Libertadores e da Champions, além do anfitrião e do último campeão.

 

Com essa fórmula, haveria grandiosos confrontos entre grandes equipes européias e sul-americanas antes da final e poderíamos ter, por exemplo, uma semifinal com Milan e Barcelona e outra com Boca e Manchester, por exemplo.

 

Uma melhor atratividade da competição conflitaria com os interesses da UEFA que tem, atualmente, a competição interclubes mais valiosa do Mundo, a Champions League.

 

Doutro giro, seria incrível a FIFA organizar uma competição mundial de clubes que atraísse, de fato, a gana dos clubes europeus e, com ela, grandes redes de TV e grandes patrocinadores.

 

Além disso, da forma morna como a competição é disputada, dificilmente o Mundial de Clubes da FIFA consiga se manter por muitos anos, a não ser que clubes de outras ligas ascendentes como a MLS (EUA), Super League (Índia), CSL (China) ou Q-League (Catar) consigam transformar os altíssimos investimentos em grandes equipes e passem a enfrentar as equipes sul-americanas e, principalmente, as européias de igual para igual.

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