Nova ordem do futebol reduz número de jogadores vindos do exterior

As mudanças do cenário econômico brasileiro chegaram ao futebol. No primeiro semestre deste ano, 422 jogadores vieram do exterior para o Brasil. É o menor número dos últimos cinco anos, considerando o mesmo período: 1º de janeiro a 16 de junho. Os clubes que pretendem trazer atletas do mercado internacional devem ficar atentos: a janela de transferências está aberta até o próximo dia 21.

Para o diretor de Registro e Transferência da CBF, Reynaldo Buzzoni, essa nova realidade pode ser analisada por vários ângulos, que estão interligados. Entre os principais fatores, ele destaca a proibição da FIFA quanto à participação de terceiros nos diretos econômicos de jogadores. Reynaldo ressalta a importância das regras para cadastro de intermediários e o fair play financeiro, incluído no Regulamento Geral do Campeonato Brasileiro, que prevê a possibilidade de punição a quem atrasar o pagamento dos jogadores.

– Temos uma série de mudanças que afetam o mercado do futebol brasileiro. A FIFA proibiu a participação de terceiros nos diretos econômicos de jogadores. Além disso, novas regras foram criadas para o cadastro de intermediários. Isso limita a atuação a pessoas que preenchem todos os requisitos exigidos. Existe ainda a questão econômica. O dólar subiu. Há um ano, um salário de 100 mil dólares custava 200 mil reais. Agora, custa 300 mil. Também é importante lembrar que os clubes precisam se adequar ao fair play financeiro, que valoriza as administrações responsáveis. Alguns gestores, inclusive, estão estabelecendo um teto salarial. O entendimento dos números de contratações envolve tudo isso – disse Buzzoni.

Brasil: o maior mercado

Desde a implantação do TMS, sistema de transferências padronizado pela FIFA, o país do futebol é o que tem mais registros em todo o planeta, com 13% da movimentação mundial. Na sequência, a Argentina aparece com 6% das negociações. A média de idade dos jogadores que vêm do exterior é de 26,2 anos. Portugal é o país que mais envia atletas para o mercado brasileiro, sendo 98% deles nascidos no próprio Brasil.

Depois do fechamento da janela internacional, em 21 de julho, só podem ser trazidos jogadores que tiverem os contratos no exterior encerrados antes do término da janela.

JOGADORES VINDOS DO EXTERIOR PARA O BRASIL (1º de janeiro a 16 de junho)

2011 – 499

2012 – 490

2013 – 528

2014 – 445

2015 – 422

JOGADORES VINDOS DO EXTERIOR PARA O BRASIL (Ano inteiro)

2011 – 753

2012 – 731

2013 – 766

2014 – 652

2015 – Em andamento

TIPOS DE TRANSFERÊNCIAS

Empréstimo

2011 – 75

2012 – 56

2013 – 69

2014 – 55

2015 – 44

Retorno de empréstimo do exterior

2011 – 108

2012 – 111

2013 – 114

2014 – 124

2015 – 75

Transferências de jogadores livres (contratos encerrados)

2011 – 536

2012 – 530

2013 – 552

2014 – 446

2015 – 294

MERCADOS DE ORIGEM DOS JOGADORES

53% – Europa

25% – Ásia

14 % – Conmebol

4,5% – Concacaf

3,5% – África

NACIONALIDADE

88% brasileiros

3% argentinos

2% uruguaios

 

Fonte: CBF

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