Gustavo Lopes Pires de Souza
Esta semana cerca de cem torcedores invadiram o centro de treinamento do Corinthians na zona leste de São Paulo ameaçando funcionários e jornalistas, bem como obrigando os jogadores a se refugiarem em uma sala com o conseqüente cancelamento do treino.
Segundo funcionários do clube, o grupo de torcedores teria, ainda, furtado coletes, equipamentos de treino e celulares.
Diante disso, a ansiedade pelas contratações e jogadas neste início de temporada está sendo substituída pela apreensão.
Alguns torcedores não satisfeitos com a violência dentro dos estádios de futebol acabaram invadindo o Centro de Treinamento de seu Clube e protagonizaram cenas lamentáveis fazendo com que o ano de 2014 comece como terminou 2013, em meio à violência.
Os atos de barbaridade de torcedores devem ser tratados como questão de segurança pública, eis que suplantam o desporto.
A criminalidade cresceu de forma alarmante e este fenômeno tem se refletido no âmbito futebolístico.
Enquanto a impunidade estiver presente, enquanto o Poder Público não adotar medidas enérgicas e efetivas e enquanto os organizadores de eventos esportivos continuarem desrespeitando os direitos do torcedor/consumidor, dificilmente o país vencerá a guerra contra a violência.
O momento exige atenção especial. Nova Iorque venceu a criminalidade aplicando a “teoria das janelas quebradas” e a tolerância zero. A Inglaterra trouxe paz aos estádios de futebol utilizando as premissas do “Report Taylor”. E o Brasil busca “bodes expiatórios”. Primeiro foram as bebidas alcoólicas, agora as Torcidas Organizadas.
Destarte, a minoria de Torcidas Organizadas violentas não pode retirar de outros torcedores o direito constitucional de livre associação para fins lícitos.
A solução para a crescente violência no país deve ser tratada como questão se segurança nacional com punições céleres e severas, além de investimento em educação e medidas pedagógicas.
O limite de tolerância está muito próximo, já que diariamente somos bombardeados com notícias de violência, culminando nas cenas deploráveis ligadas ao futebol, como ocorreu em Joinville e agora, no CT do Corinthians.
Lamentável que a violência esteja maculando uma das maiores paixões do brasileiro, que é o futebol. E, justamente, uma atividade esportiva, tão útil para a saúde e para a promoção da paz.
Dessa forma, é imprescindível que a sociedade civil se una e cobre soluções tanto do Poder Público, quando dos Organizadores de Eventos desportivos e que seja já, antes que não haja mais tempo.